quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma dá, manha...

1:00 da manhã...
Estou eu, fumando meu cigarro, vendo meus minutos se misturando com a atmosfera pesada do meu 'apertamento'.
Cinzas pelo chão, amontoados de papéis de notações perdidas num passado recente.
'Extra Forte', clama a embalagem, como que tentando me convencer de que é o melhor que eu posso conseguir agora.
E é verdade.

Como eu detesto ter de me preocupar com as próximas horas, sofrendo por antecipação.
O fato de ser sexta-feira não alivia mais minha angústia.
Queria largar tudo, sair correndo como se minhas pernas pudessem fazer isso por elas mesmas, sem direção.
Correr!!!

No ventilador, uma canção repetitiva de ninar que me faz colocar os pés lá e aqui.

Mais prá lá do que prá cá, diz o dito.

Queria algo que ainda não tenho, mas que sei do sabor cobiçável.
Seu nome tem preço, lágrimas e sangue foram derramados na busca infindável por esta sensação.

Embora, todo o desejo seja ilusão, como toda e qualquer outra coisa.
Estar vivo deveria bastar.
Eu não busco um propósito, busco apenas o pertencimento.
E apenas quando tiver em meus braços a tão sonhada liberdade, estarei pronto.

Mas a liberdade, já dizia Cecília Meireles:
"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..."

Eu finalmente consigo explicar o que ela é, mas ainda e muito cedo para isto e muito perigoso tocar no assunto.