sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A profecia

Estava eu lendo os jornais virtuais em busca de informações sobre meu País e o mundo, quando me deparo com a notícia em destaque de uma operação da PF sobre um grupo de 22 suspeitos de estarem sacando dinheiro em quantias absurdas de contas inativas no BB.
Dentre aos supeitos, apareceram pessoas grandes, inclusive um ex-delegado da PF, aposentado.
Não sei porque ainda me desperta tamanha indignação este tipo de notícia.
Honestamente, não sei se o ex-delegado é ou não culpado, as investigações irão levantar o material que será usado pelo Juíz do caso, este sim deverá dizê-lo. Mas a idéia de que alguém que ganhou bem pra executar seu trabalho e se aposentou ganhando razoavelmente bem possa estar envolvido neste tipo de crime me deixa indignado.
Em tese, ele não teria motivos para desejar desviar dinheiro ou se aproveitar de uma situação que lhe favorecesse monetariamente, uma vez que fora remunerado pelos seus serviços de maneira razoável.
Mas a ostentação, o desejo de acumular bens, um iate, um apartamento no Guarujá, uma Ferrari, ainda são mais fortes do que o sentimento de dever cumprido?
Se fosse alguém de classe mais baixa, de baixo poder aquisitivo , até entendo (mesmo sabendo que muitos conseguem sair da lama sem depender do crime, honestamente) o envolvimento, mas um ex-delegado da PF...
Começao a sentir medo de ter desejado me tornar parte desta corporação.
Será que meus estudos foram em vão?
Será que no fundo no fundo, como já diziam os ditos populares, "bonzinho só se ferra" mesmo?
O grande Rui Barbosa, um exemplo particular para mim, disse:
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

Mal sabia ele que suas palavras se concretizariam com tamanha força.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Elite

Infelizmente, nesse País, os Juízes tem o péssimo hábito de não se incluírem na categoria de funcionários público, mesmo sendo inseridos na carreira mediante concurso público de provas e títulos e tendo sua remuneração efetuada a partir da arrecadação dos impostos que todos nós pagamos.
No momento em que eles deveriam atentar para o que a Constituição Federal diz sobre o acesso a Justiça, tentando amenizar a situação dos menos favorecidos e "doando" uma pequena porcentagem de sua "caixinha" em prol das Defensorias Públicas, simplesmente estas figuras, que auto-intitulam semi-deuses , do alto de seu olimpo aparecem com outro discurso de Inconstitucionalidade sem nenhum argumento ou justificativa para tal.
Claro, todos sabemos que os magistrados não podem viver sem suas piscinas "olímpicas" nem perder parte da ostentação de seus clubes só porque um fulano precisa do acesso à Justiça mas não tem dinheiro pra isso.
- Não é problema meu, a Constituição não me permite tirar parte de nosso rico dinheirinho de nossos clubes particulares em prol de menos favorecidos. Eles precisam de justiça? Que comam brioches...

Honestamente, eu não entendo como nós, povo brasileiro cansado de guerra, ainda permitimos essa "passação" de mão nas nossas nádegas.
Talvez, eu até entenda...

Sabe, é comum encontrarmos textos onde alguém aparece e diz : "a solução é assim", "a solução é assado", "devemos nos mobilizar", "se cada um fizer a sua parte..".
Na moral? Esse papo cansou.
Acho que o brasileiro cansou de conversa, só ainda não teve tempo de partir pra luta porque tem um punhado de cobrador na porta dele não dando chance nem do coitado respirar.

Cansa, viu...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sempre o Mesmo...

Domingão , típico, nada pra fazer, básico.
Estou na casa de amigos e o rádio está ligado.
Toca de tudo , Zélia Duncan a Zezé Di Camargo e Luciano.
Três músicas, começa a meia hora de propagandas...
E o ciclo se repete com aqueles anúncios incríveis de informações que não lhe são interessantes, a não ser quando você busca por elas nas páginas amarelas.
Um tempo gasto com porpagandas que poderia ser revertido em informação, cultura e entretenimento.
Não tinha entrevista com bandas, não tinha nem informações sobre o tempo.
O formato das rádios locais é completamente emburrecedor.
O mesmo acontece com a TV, o telefone, celulares, fax, telegrama, correio...
Vou continuar ouvindo música pela internet, vendo programas pela internet, falando com pessoas pela internet, porque as mídias convencionais já gastaram todo seu aparato em bobagens e atendência é a de que, com a popularidade da grande teia, elas sejam capturadas e transformadas em comida de aranha.
A lá vem a nanotecnologia para complicar mais ainda as coisas...

sábado, 13 de outubro de 2007

Nau a deriva!

O barco é algo realmente incrível, e estou falando aqui das embarcações tripuladas, desde as grandes até as pequenas barcarolas de três pessoas.
Incrível em virtude da maneira como as coisas funcionanm dentro dele.
Todos juntos, coordenados e orientados para que a finalidade da náu se concretize: chegar ao seu próximo destino. Nesse ínterim, faz-se necessário que as "peças" de seu tabuleiro estejam esclarecidas de maneira tal que seus movimentos sejam tão naturais e ordeiros que não seja necessário alguém comandando-as.
Contudo, é sempre bom que o capitão esteja atento e ciente da sua participação no momento em que for preciso assumir o timão e colocar a náu novamente em curso. E, obviamente, aqueles que não estão ajudando devem ser afastados para que a náu e os tripulantes não sejam prejudicados.
No momento da partida, é de bom tom se fazer os cálculos de todos os mantimentos, acessórios e pertences imprescindíveis à conclusão do feito. Também costuma-se planejar quanto tempo se pretende realizar a viagem e os possíveis planos alternativos de contorno e desvios em caso de emergências. Para os fatos imprevisíveis é que o capitão e sua experiência deverão sempre estar atentos.
Por vezes, ocorre motins, onde a tripulação, não contente com a forma do capitão lidar com as coisas, resolve rebelar-se e tomar as rédeas da situação. Pode acontecer do motim ser bem ou mal sucedido e levá-los onde queriam ou só piorar as coisas.
Mas o fato é que quando as coisas realmente estão feias e nem o capitão sabe o que fazer, mas não consegue assumir porque ele é o capitão, fica a cargo da tripulação resolver o problema: afundemos com o navio ou salvá-lo do capitão?
Eu não sei nadar e temos poucos salva-vidas...


Obs.: Texto originalmente publicado em 29/06/2007 no msn spaces.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Premiere...

Bom, chove em Cáceres.
E quem aqui vive sabe o que isso significa. Primeiro faz um calorão absurdo, seus trinta e oito a quarenta e dois graus. Abafado. Então, quando você se pega desejando conhecer o inferno mais cedo por estar convencido de que, no fundo no fundo, não deve ser pior do que isso, um milagre acontece.
O vento muda.
Uma brisa refrescante anuncia a tempestade que se aproxima rapidamente e com toda a força da cavalaria que vem pra te salvar.
Muito vento, muito barulho.
Relâmpago, trovões.
Muita, mas muita água.
Algumas horas de chuva e ela se vai. Dever cumprido, um abraço pra quem fica. O pessoal vem aí logo atrás.

E o calor e o bafo quente voltam.
Sim, tem diferença. Não é só calor, mas um vento quente e incômodo, você está numa panela de pressão.

Isso quer dizer que vai chover de novo, breve.

O nosso ciclo de chuvas é assim, perdura por uns 6 meses se intensificando entre Dezembro e Fevereiro.

É a partir desse lugar que eu começo a escrever aqui, neste pedaço de terra na rede. Lançando algumas sementes em solo árido, dependente de chuva. Chuvas esparsas mas que fariam o Tietê transbordar três vezes.

Esta é a primeira água, a chuva-da-manga.