quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma dá, manha...

1:00 da manhã...
Estou eu, fumando meu cigarro, vendo meus minutos se misturando com a atmosfera pesada do meu 'apertamento'.
Cinzas pelo chão, amontoados de papéis de notações perdidas num passado recente.
'Extra Forte', clama a embalagem, como que tentando me convencer de que é o melhor que eu posso conseguir agora.
E é verdade.

Como eu detesto ter de me preocupar com as próximas horas, sofrendo por antecipação.
O fato de ser sexta-feira não alivia mais minha angústia.
Queria largar tudo, sair correndo como se minhas pernas pudessem fazer isso por elas mesmas, sem direção.
Correr!!!

No ventilador, uma canção repetitiva de ninar que me faz colocar os pés lá e aqui.

Mais prá lá do que prá cá, diz o dito.

Queria algo que ainda não tenho, mas que sei do sabor cobiçável.
Seu nome tem preço, lágrimas e sangue foram derramados na busca infindável por esta sensação.

Embora, todo o desejo seja ilusão, como toda e qualquer outra coisa.
Estar vivo deveria bastar.
Eu não busco um propósito, busco apenas o pertencimento.
E apenas quando tiver em meus braços a tão sonhada liberdade, estarei pronto.

Mas a liberdade, já dizia Cecília Meireles:
"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..."

Eu finalmente consigo explicar o que ela é, mas ainda e muito cedo para isto e muito perigoso tocar no assunto.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mais do mesmo?

Não faço música para fazer sucesso, para ter uma legião de fãs, para ver meu nome estampado em revistas pueris ou de futilidades televisivas.
Nunca gostei das aglomerações, detestava tocar em rodas de 'amigos', em eventos de última hora, em viagens de turma.
Faço música pra mim, por mim. Se alguém ouvir e gostar, maravilha. Temos algo em comum.
Mas é apenas isso, minha música é parte do Universo e com ele interage e se dissipa nas curvas do tempo.
Não há 'louros' a serem percebidos, senão aquele me que mantém fazendo música: meu próprio sorriso de satisfação.
Dito isso, fica aqui o meu protesto beija-flor para os organizadores do Festival de Músicas Inéditas da UNEMAT: Por favor, me esqueçam.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Feliz Natal!

- Querido, ouvi um barulho de sinos no telhado!
- Levante em silêncio e pega minha 38 no guarda-roupa!

O Universo.

Eu bebo para acompanhar o mundo.

Paradoxo de buteco.

Minhas costas doem e meu médico disse que eu deveria me exercitar e emagrecer.
- Mas é quando minhas costas mais doem, doutor!

WAR é mais fácil do que parece.

Ah, se eu tivesse um exército...

Definição - Parte III

Funcionalismo Público: Resolver problemas que não são da sua responsabilidade setorial e não resolver os do seu setor sem a devida aprovação, orientação e retificação dos superiores.

Roleta Russa

- Depois que eu me for, você promete cremar meu corpo?
- Desculpe, mas não posso contribuir com o aumento do aquecimento global.

Tudo termina bem, quando começa bem.

O Professor?
Um pobre diabo.

O Trabalhador?
Desiludido.

O Funcionário Público?
Acovardado.

O Povo?
Fudido.



E a Elite?
Vai bem, mandou um abraço.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Andando em círculos

Odeio a hora em que acordo
A hora do almoço
A hora em que vou dormir
O final de semana
E os feriados prolongados

Porque no final das contas
Tudo acontece de novo
Do mesmo jeito
E eu não tenho como escapar

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Garoto Experimental - Nada mais me resta

De tudo o que sonhei
Nada mais me resta

De tudo o que vivi
Nada mais me resta

De tudo o que pensei
Que me iludiu,
Que me entreguei,
Que me cativou...

De tudo o que amei
Nada mais me resta

Nada mais me resta, não...

sábado, 2 de abril de 2011

A Guerra

A guerra não tem dois lados,
Tem Milhares!
São culturas, corações, esperanças e razões
Tão diferentes e únicas,
Mas desaparecem como se nunca tivessem existido.

A guerra não tem heróis,
Apenas vítimas de todos os lados
Que se estapeiam por uma chance de viver um dia a mais.
Por uma chance qualquer.

A guerra não tem nobres ideais,
Tem idéias mesquinhas e violentas
De domínio e fetiches de poder
Tem senhores de engenho e nobreza escravocrata
Donos de usinas e de todo armamento que existe.

A guerra só tem um vencedor
E ele não suja as mãos em momento algum
Em nenhum armamento
Apesar de sangue e pólvora serem seus odores emanados de suas fantasias.

A guerra, meus amigos, não é nada além de um pouco de diversão e oportunidades
De novos negócios, novas regras perpetradas pelos que permanecem.
Invisíveis na multidão dos mutilados e esquecidos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ciclomático de Trabalhação Sem Findangem.

Você passa um bom tempo de sua vida se perguntando sobre o que fazer com a outra parte dela.
Claro, quando você não está dormindo, o que também leva uma boa parte de sua vida!
Normalmente você passa a lutar contra aquela sensação de inutilidade que a sociedade o tempo todo te vende como se fosse uma praga, uma doença a ser combatida.
"O trabalho dignifica o homem", dizem alguns.
"Mente vazia, oficina do Diabo", dizem outros.
Daí, a coisa acaba se misturando com a busca infinita e inútel pelo sentido da vida.
E, desta maneira, nos tornamos infelizes a maior parte do tempo.
Fazemos as escolhas que queremos, as que não queremos, as que não temos certeza se queremos mas para evitar brigas acabamos fazendo.
E todos vamos vivendo nosso presente turbulento, sofrendo com o passado, sonhando com o futuro que nunca vem porque o presente não dá tempo de esquecermos o passado e lutarmos pelo futuro.
Bagunçado?!
Pois então.
Agora, o fim-de-semana, esta sagrada instituição de todo trabalhador, começa a sofrer dos sacrilégios e dos efeitos maléficos do ciclo do trabalho forçado.
Nãos e engane, todo o trabalho é forçado, desde o momento em que você não teve escolha e não se satisfaz nem um pouco com o que está fazendo.
É quando o seu final de semana torna-se mais um lugar de tormento do que de relaxamento e delícias, que ficam muito claros os sinais de que alguma coisa está muito errada em sua vida, senão tudo.
Acordar com aquela sensação de desespero, um formigamento nervoso nas pernas e braços, aquela preguiça violenta e ditatorial que te impede de dormir apenas "mais cinco minutinhos" e consegue te fazer chegar 'cedo para o outro dia de trabalho'.
Enfrentar o caminho do trampo com um gosto amargo, mesmo sem ter tomado um café pela manhã.
Olhar para o relógio a cada cinco minutos e perceber que os ponteiros estão tão preguiçosos e desanimados com os seus afazeres quanto você.
Ir para o almoço sentindo que vai ter uma dor de estômago terrível se não comer logo para voltar logo. E acabar tendo uma.
Ligar o computador e ele se fazer de bobo com relação àquele arquivo que você jura ter salvo em algum lugar.
Brigar com as impressoras de todos os setores e sentir-se num aeroporto em São Paulo com suas bagagens indo para Hong Kong.
Perceber que no final do trampo sempre aparecem serviços de urgência urgentíssima.
Ir pra casa com o peso do amanhâ violentamente depositado em suas costas.
Tomar umas, fumar alguns, tomar um banho demorado, fuçar o computador, comer alguma coisa, olhar pro relógio e entrar em desespero porque você está sem sono e já passou da sua hora de dormir.
Isso não é vida.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Enquanto isso, na blogosfera....

Sempre gostei de ler.
Ultimamente, e por ultimamente quero dizer nos últimos anos, minhas leituras andam resumindo-se a blogs e outras informações disponíveis na rede.
E é natural encontrar a seção de comentários.
Devo assumir meu 'masoquismo' ao afirmar que me deleito com os comentários estapafúrdios e 'trollagens' dos fiéis leitores.
São opiniões como as minhas, cheias de achismos e de escritas a partir do que se sabe, ou acredita-se que se sabe.
Normalmente o texto do blog é bem redigido, trazendo novas idéias e/ou opiniões para que os leitores possam delas extrair e adquirir novos processos em seu pensar.
Contudo, na opinião de leitores que eu acompanho, é perceptível um certo padrão de respostas e conformidades: quase todos concordam com o apresentado. Os que não concordam, o fazem sem o devido jogo argumentativo.
Ou seja, querem apenas 'causar'.
Os assuntos são os mais diversos, mas lá está o padrão das respostas: "você não sabe o que tá falando" , "tal coisa é a melhor que eu já vi e recomendo", "se vc não sabe o que dizer, cala a boca", "pare de agredir meu cantor/ator/celebridade/ídolo favorito, seu cretino", etc.


"E todo mundo explica tudo,como a luz acende, como o avião pode voar..." - Raul Seixas


Disse que me divirto porque me causa sempre aquela vontade de respondê-los, um a um, os comentários mais ignóbeis, sempre me dá aquela coceirinha para voltar e descer o sarrafo. Acaba sendo uma ótima inspiração para escrever e exercitar o pensar.
No geral, eu apenas guardo os meus pensamentos para, quem sabe mais tarde, postar alguma coisa interessante no blog (que por incrível que me pareça, em pessoas que se arriscam perdendo seu tempo lendo-o...obrigado, mesmo assim) .

E o mundo continua a girar, o céu ainda é azul, Clint Eastwood continua fazendo boa parte dos melhores filmes dos últimos tempos, novas bandas continuam surgindo no 'underground' da mídia, os políticos continuam roubando.

Continuem comentando, opinando, descarregando o ódio de suas palavras e certezas, certamente farão a diferença.

Mas, por favor, continuem fazendo isso sentados.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Seguidor de Tom Zé

Eu não sei tocar meu violão
Eu não sei mais do que alguns acordes
Eu não me preocupo com as harmonizações
Eu não sei solar

Eu não tenho técnica
Eu bato na minha guitarra
Eu a esfrego com um celular
Eu uso barulhos como música

Eu quebro coisas para ouví-las
Eu não me importo com rimas
Eu não faço refrões
Eu gosto dos riffs

Eu prefiro os overdrivers
Eu me canso da mesmice
Eu não sei tocar nenhum instrumento
Eu não sou virtuoso

Eu apenas toco porque me diverte

Eu gosto de confundir meus ouvidos
Eu me encontro em meio ao caos
Eu enfrento muralhas sonoras
Eu não aceito fórmulas prontas

Eu faço química com meus pedais
Eu ainda estou em aprendizado
Eu gosto de música
Eu não sei fazer música
Mas eu faço.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ilusões

São pequenos pedaços
Desconexos, reluzentes
Disformes e complexos

Não há como juntá-os
Pelo menos, não de uma vez
Exige-se paciência
E um pouco de atenção

Nas primeiras vezes
Imagens se formam
Sonhos ganham fôlego
E tudo parece ter sentido, afinal

Leva tempo para perceber
Que a lógica dos pedaços
Estes pequenos bastardos!
Não aparentam ter lógica realmente.

O que resta então?
Perder os poucos fios de cabelo?
Jogar os pedaços ao vento?
Esconde-los de sua ira?

Apenas calma, pois nada é prá já!

E quando menos se espera, tudo fará sentido.
Sério!

Óbvia conclusão II

Prá que a pressa?
Afinal, todos chegaremos ao mesmo lugar.