domingo, 30 de agosto de 2009

Faça o que eu digo....

O famoso bordão, tão corriqueiramente aplicado, enobrecido, esparramado em todos os níveis da vida cotidiana desta auto-proclamada Nação!
Algumas coisas costumam me deixar tão espantado com a maneira como as pessoas lidam com valores e comprotamentos sociais, que eu chego a acreditar por um breve instante que estamos vivendo alguma ficção, escrita por mãos humorísticas, que desejam causar o espanto, o avilte e a indignação total de seus leitores.
É difícil, pelo menos para mim, entender a seguinte situação:
No Brasil, país da festa da carne, sacanagem nos programas de tv de segunda a sexta, onde se cultuam belos pares de seios e glúteos requebrantes, onde o maior programa de audiência e arrecadação é uma caricatura do comportamento voyeurístico e fofoqueiro da nação, país do oba-oba geral, pasmem, se condena nacionalmente, no interior de seus bem resguardados lares, uma professora que ousou se divertir, como a maior parte da nação, numa festa liberando toda a sua sensualidade e desejos de liberdade por uma fulgaz fração de tempo.
Apesar de haverem manifestações equilibradas de opiniões divergentes sobre o ocorrido, o fato é simples: ninguém tem nada a ver com a vida de ninguém.
Caso Hipotético n.1: Fulana gosta de ir em festas, fica paquerando todos os garotos que ela acha interessante, até chega a levar algum para o aconchego de seus lençóis num final de semana tedioso e cinzento. No dia seguinte, adeus meu bom jovem, retorno às suas atividades normais, cuidando de seus filhos, servindo ensinamentos sobre moralidade e valores rançosos, e afazeres domésticos.
Caso Hipotético n.2: Jovem trabalhador, envolvido em atividades religiosas, devoto fiel e zeloso, tem por hábito analisar a vida de outras pessoas, não se misturando, não se envolvendo diretamente, criticando comportamentos e valores, realizando suas orações, pregações, vivendo sua vida como todo e qualquer bom cristão.
Caso Hipotético n.3: Ciclana, vida normal, emprego normal, família normal, até demais, cansada de não ser valorizada pelos familiares, amigos e marido, sentindo-se "vazia" resolve se envolver num "affair" com o vizinho. Na mesa de jantar, fica espantada com a filha que engravidou do namorado.
O que estes casos hipotéticos, e muitos outros reais, tem em comum?
A Hipocrisia.
Pelo amor de seu deus, faça o que bem entender de sua vida, mas não perca tempo apontando dedos julgadores imundos para aqueles que não se importam com os seus valores, quando estes não conseguem ser bons nem para você mesmo.
Um político continua roubando da nação, continua vilipendiando a situação geral dos serviços públicos, continua cuspindo em cada eleitor, em cada José e Maria que apodrece debaixo das pontes, sem emprego, sem educação, sem possibilidade de um futuro melhor, se acesso, sem nada.
E o que você faz?!
Preocupa-se com a vida de uma professora que estava curtindo sua vida, provavelmente o único momento em que a vida dela estivesse sendo interessante para ela mesma.
Brasil: Uma Nação de Medíocres Hipócritas.
Se eu sou um deles?
Oras, que pergunta medíocre.
É claro que sim, por isso estou apontando meu dedo sujo para você.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Repúdio

Gostaria de manifestar aqui meu repúdio pelo Senhor Adriano Silva, coordenador do campus de Cáceres.
Nos últimos 3 anos a UNEMAT, por meio de sua Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, vem realizando o evento Festival Universitário as duras custas, e pra ajudar, sem o devido apoio dos campi.
Mas é em Cáceres que a coisa costuma ser bem pior!
No primeiro, apoio mínimo do campus, material disponibilizado para a realização do evento não foi lá estas coisas.
No segundo, nem divulgação teve, o período de inscrição estava se findando e somente as pessoas que ficaram sabendo é que conseguiram se inscrever, ainda assim a muito custo visto que o (ir)responsável pelas inscrições não ficava no seu posto aguardando o aparecimento das pessoas interessadas.
Não bastasse isso, a coordenação não cedeu o espaço no campus (na famosa concha acústica) para que o evento se realizasse, sendo utilizado o Butequim do Beto como espaço (nada contra o Beto, amigão de todas as horas), e um som alugado de ultima hora pior que do ano anterior.
E agora, este ano, olha que beleza.
As inscrições estão abertas novamente, nenhuma divulgação e parece que nem o Senhor Adriano SIlva, nem ninguém do campus, está muito a fim de se incomodar novamente com o evento.
Afinal, cultura é um luxo que a Unemat não pode bancar, certo Coordenador?!
O que se esperar de um Coordenador que em toda a sua gestão não deu nenhum único incentivo à atividades culturais, tornando o pátio do campus um local morto e a concha acústica num albergue.
Honestamente, eu espero que Vossa Senhoria se candidate a qualquer coisa, de verdade, para que ue possa lhe dar a resposta adequada nas urnas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ex-amor


E amanhã oficialmente eu completo 15 dias sem cigarro.
A dora da separação é indescritível.
Só quem parou sabe como é.
Você respira melhor, vive melhor, mas sempre sentirá saudades das boas tragadas que te acompanharam naquelas horas sombrias e solitárias.
O companheiro silencioso e mortal.
Como todas as outras drogas, inclusive a bebida, preenche vazios, cria necessidades, gera problemas de saúde os mais variados.
Mas a sua mente está perfeitamente bem.
É uma rocha sólida, pronta para um novo dia, sem angústias.
O horizonte é apenas uma linha a ser alcançada e nas estradas enfumaçadas nos perdemos por caminhos vários, sem medo nem dúvidas.
Fazem 15 dias que sonho com deliciosas tragadas em situações corriqueiras, apesar de não sentir vontade quando acordado.
Estamos fazendo uso dos adesivo de nicotina, mas já percebi que ele também não me faz falta. Passei alguns dias sem usá-lo e não tive recaídas.
Estou imune?!
Jamais!!!
A necessidade de dar uma tragada pode aparecer a qualquer momento, estou aprendendo apenas a dizer "não preciso de você agora, talvez nunca mais".
É sempre difícil dizer adeus ao que nos faz muito bem, mesmo quando nos destrói.
Relações destrutivas são todas iguais.
Já me livrei de coisa pior, consigo ficar sem fumar.
Vai ser uma vida chata, sem graça, sem sabor, mas vai ser alguma vida.
Melhor do que nenhuma, apesar de um dia eu também chegar lá.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

PIZZA


Ao contrário do que pode imaginar a vã filosofia popular brasileira, a terra da pizza não é a Itália e sim o bom e velho Brasilzão de todos os santos.
Investigam-se os melhores temperos, ingredientes, tempo de cocção e, claro, público alvo.
Tem pizza para todos os sabores e tamanhos.
As que tem preferência nacional, pelo menos amplamente divulgadas nos grandes meios de comunicação tupiniquins, são aquelas preparadas por mãos gentilmente ardilosas, recheadas com escândalosas atividades corrpuptivas e temperadas com o tão nobre e costumeiro desrespeito pela sociedade pagante da festa.
A orgia dos pizzaiolos, a luxúria e o império de todos os fetiches politicos são de nossa extrema e única responsabilidade, mas também acabamos, por fim, fazendo nossa pequena pizza com restos de dignidade e temperadas com o conformismo.
Desce como um sapo entalando na garganta, mas não somos capazes de pensar em nada melhor.
Desce uma inteira, com borda e em oito pedaços, faz favor...