segunda-feira, 8 de junho de 2009

Letargia

Já voltei a fumar, parei de novo e retornei a fumar.
É bem mais difícil do que imaginei e leva muito mais dinheiro ao mês.
Uma vida de aquário nos leva a tentativas de fuga variadas.
Optei pelo cigarro.
Primeiro, porque ainda é dentro da legalidade.
Segundo, porque não afeta minha vida profissional diretamente.
Terceiro, não preciso de acessórios para utilizá-lo, nem é invasivo (pelo menos na minha pele).
Ultimamente ando com pigarros, algumas tosses secas, perda de rendimento respiratório em atividades aeróbicas (sexo então, vige...).
Mas como não ando sendo nenhum Casanova nos últimos anos, impotência não me assusta.
Faço exercícios regularmente, tentando uma mudança de alimentação (trocando quantidade por qualidade).
Musicalmente, sem criatividade.
Acho que consigo produzir coisas novas estando sobre pressão. Assim como o Brasil no período da ditadura militar.
O que se vê atualmente na mídia é a falta de criatividade e um grupo de artistas em massa buscando a mesmice fotocopiada em fórmulas desgastadas pela total infertilidade de suas propostas.
Conseguem enriquecer os bolsos de gravadoras e empresas, mas não nos trazem nenhuma opção de variabilidade: se você gosta de um certo grupo, existem pelo menos outros quatro fazendo as mesmas coisas, se duvidar , as mesmas músicas.
Mas é assim que acontece em todas as manifestações artísticas, inclusive séries de tv, novelas, filmes, etc.
Estamos vivendo uma crise geral, acomodados, inertes e letárgicos.
Mídia e medíocre tem a mesma origem vernacular, e não é menos incomum que signifiquem o mesmo atualmente.
Este desânimo atinge nossa capacidade de seletividade. Mas graças à internet (Santa Internet!) venho descobrindo novos horizontes de possibilidades infinitas: conceitos, visões e cores que eu jamais conceberia dentro da limitante oferta da mídia tradicional.
Talvez, quando a internet for acessível em todas as residências como a água e luz, seja possível uma nova revolução social, cultural e política.
Até lá, somos meros reféns de políticas sociais rançosas e de assaltantes oportunistas de nossa cultura.
Eu fumo a isso.

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