Perdido no meio do nada a caminho de lugar nenhum, um jovem calango descobre uma pena e pensou que, talvez, pudesse voar. Quem sabe, sair de dentro daquele chão quente, denso e morto.
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Dueto das Flores
Você acorda, olha para o teto, tudo normal!
Aquela luzinha que lhe avisa que já é dia, intrometendo-se pelo seu quarto sorrateiramente perto dos seus olhos.
Você sabe que deve levantar.
Começa o dia, afazeres, higienização básica da casa, quintal e sua.
Café no fogão.
Crianças espalhadas pela cozinha.
Plantas pedindo água.
Zé pedindo atenção...e comida, óbvio.
O treino fica para depois, já estamos atrasados.
De repente já é meio dia e tu ainda não conseguiu resolver as pendengas do serviço.
Almoça rápido, crianças na cozinha, Zé chorando por comida e atenção.
Patroa divagando sobre as coisas.
Volta pro serviço, volta pra casa.
É noite.
Crianças na cozinha, Zé perturbando por atenção, comida e solidão.
Treino rápido porque já tem que sair de novo e buscar a patroa.
Divagações, relatórios, impressões.
Comida, banho, TV, dormir.
REPETE.
Tem gente que acha isso normal.
Mas no fundo, eu só queria poder parar um pouco e curtir o céu estrelado, o farfalhar do vento quando passa entre as folhas, o som do mar nas pedras, o sorriso maroto de Zé quando está dormindo, as peripécias das crianças, namorar um pouco, viajar com todo mundo...
Mas a vida trata-se basicamente de lidar com o que nos é dado, e se sobrar algum tempo, com o que nos resta!
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