sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Qualidade

Existe essa coisa de fama, sucesso, vender mais de um milhão de cópias, que, particularmente, acredito não ser o ideal da maior parte dos músicos que se propõem a viver disso.
Sei lá, pode parecer meio utópico, mas o que um músico gosta de fazer é música.
O resto é consequência do seu trabalho, desempenho e criatividade na proposta sônica.
Mas os empresários do mercado fonográfico preferem os números, as fórmulas, os programas de tv e rádio viciados e deformáveis pelo dinheiro.
Oras, é tolice não desejar ganhar dinheiro fazendo o que se gosta. Mas a partir do momento em que os prazos devem superar a criatividade, o tempo livre para curtir o mundo, para viver novas experiências e transportá-las para dentro de suas frequências pessoais; quando o dinheiro passa a ser o objetivo, existe uma perda muito grande da qualidade artística em detrimento da qualidade estética.
Sim, há diferença.
E estética é a fórmula, o que deu certo e vem dando certo e vai continuar dando certo até algo novo aparecer e se tornar uma nova estética.
A qualidade artística só depende do artista, do músico, do que está se passando em seu mundo, suas angústias, alegrias.
A qualidade artística diz algo que talvez ninguém ainda tenha dito, enquanto a estética repete, copia, imita na tentativa de conseguir os mesmos resultados até a total exaustão da fórmula, como basicamente acontece com todo o resto.
Será que no fim das contas teremos de chamar o Greenpeace para salvar a arte também?

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