quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Underground...


Eu cresci ouvindo rádio e assistindo a TV e seus incontáveis programas de cultura, entretenimento e informação.
Mas já faz algum tempo que ela não informa adequadamente, não entretem e não traz nada de novo em termos culturais.
As emissoras de rádio estão perdidas num combate eterno pela audiência, e trocam tiros utilizando-se de material bélico "pesado": a mesmice ou as antiguinhas já batidas.
Não que eu não aprecie as músicas dos anos idos. Mas, na boa, com tanto que se tem produzido fica difícil encher programações inteiras com o que já se foi.
No outro lado, temos a mesmice. Programação abarrotada de "as melhores da programação" pela manhâ, "as mais pedidas" à tarde e "as top 10 da semana" que normalmente abrange as "melhores" das outras duas e você se percebe ouvindo as mesmas músicas, no mínimo, quatro vezes por dia. Pra quê comprar CD do seu artista favorito se a sua rádio já toca todas as músicas que lhe interessa, não é mesmo?
Percebendo essa falha na "matrix", os artistas independentes, e mesmo alguns do dito "mainstream", resolveram desbravar, procurar novas formas de serem ouvidos.
Festivais de música independente no país a fora, com participações de artistas internacionais, disponibilização de sua produção artística na internet por meio de seus blogs, last.fm (olha o merchan!!) , P2P ou qualquer outro meio que possa surgir. Muitas vezes o material é disponibilizado isento de custas porque o artista sabe: ele tem de ir onde o povo está.
Maomé não consegue chegar na montanha, então a montanha disse: faça um download ou streaming.
E assim eu descobri tanta música que eu jamais sonhei que poderia existir que estivessem sendo feitas. Tanta coisa boa a ser compartilhada, conhecida, divulgada mesmo.
No entanto, o mercado fonográfico viciou em fórmulas: mas, assim não pode, assim não dá!
Contudo, a música da garagem, dos porões, das praças, das salas de ensaio continuam sendo ouvidas e partilhadas entre aqueles que sabem que ainda há muito a ser dito e ouvido.
Viva a internet!

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